09/07/09

pensar as redes sociais ou repensar as relações interpessoais?

Pensar dá trabalho, mas sem pensarmos estamos sempre a pensar.
Um dia, há alguns largos meses, fui confrontada com uma pergunta que , na altura, me pareceu ridícula: “ Não tens hi5?” “hi5?” Repeti eu.” Para que quero eu um hi5?”.
Bem, no momento nem tinha a noção do que era o hi5, achando que um Messenger, um Skype e o velhinho e.mail eram mais do que suficientes para um novo paradigma das relações interpessoais
Mas estava tão desfasada da realidade que até me senti constrangida.
Proliferam grupos de amizade(s) virtuais, miúdos e miúdas que expõem as suas vidas e se despojam de si memos de forma assustadora, adultos que se dedicam exclusivamente a seduzir e a desejar ser seduzidos, mulheres que procuram companheiros /as de ocasião, homens que buscam a/o parceira /o ideal para uns minutos de prazer(?), predadores que no seu mundo escondido que é este da virtualidade, devoram presas fáceis e muitas vezes inocentes e são devorados por predadores ainda mais potentes.
Há implicitamente um ciclo vicioso e viciado.
Num texto recentemente produzido por um “amigo”, virtual claro está, vi retratado o perfil do predador, perdão do engatatão e, apesar de reconhecer que há uma coerência irrefutável no que escreve, faltam pormenores que são “pormaiores”.
Que perigos corremos todos/as nós nestas redes sociais virtuais,que não estejam presentes nas nossas relações familiares, de pares, de colegas ou até de vizinhança? O predador está aí na nossa casa, na nossa sala, no nosso canto. Ele ou ela é ou pode ser o nosso tio, o nosso pai,o professor, o amigo mais querido entre os amigos. Pode até ser a mãe, a avó ou a amiga da irmã...
E as vítimas? Estão ou não mais vulneráveis no conforto do seu lar, na sala onde ouvem a mãe ou o pai a conversar, na escola onde um grito faria com que todos a ouvissem, mas quase nunca ouvem?
Será que o engate predatório nas redes sociais virtuais é mais premente, constrangedor e/ou assustador do que na vida lá fora?
Não tenho a certeza,mas suspeito que no aconchego de um qualquer lar há mais predadores à solta que não se encaixam nesse perfil que o JPG desenha e muitas vítimas inocentes, inocentes de verdade, que num futuro muito próximo poderão ser os novos predadores.



Quero acreditar que há muito de bom na internet e que podemos ensinar a separar o bom do mau a todas as pessoas. Haja paciência, vontade e tempo.

Ou não é assim?

1 comentário:

JPG disse...

As ferramentas, sejam quais forem, são boas ou más consoante o uso que lhes é dado; por exemplo, um martelo serve em princípio para pregar e arrancar pregos, mas também pode servir para matar pessoas; até os mais inocentes talheres podem servir para muito mais do que levar comida à boca.

O que se torna particularmente grave (perigoso) nas redes sociais é que, não passando de aparentemente inocentes ferramentas, induzem os utilizadores (por regra, info-excluídos) em erro; este erro pode transformar-se em verdadeiro logro; este logro pode ter consequências gravíssimas, não apenas para os próprios como para terceiros.
É nesta perspectiva que as ditas redes se distinguem de qualquer outra ferramenta, real ou mesmo virtual, e nesse caso alguém não info-excluído pode e deve "avisar a malta". Ao menos que não seja por isso, "ah, não sabia", e tal.


passearam no meu país...

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