30/04/07
27/04/07
Da essência
25/04/07
25 de Abril
Dia 25 de Abril de 1974, zero horas e vinte e nove minutos.
Portugal entra na contagem decrescente para o início da queda do regime fascista.
E depois...
A poesia desce à rua.
Os escritores podem, finalmente, escrever : o povo português espera uma literatura que seja efectivamente portuguesa.
Os jornais de 26 de Abril assinalariam que um escritor morreu de comoção em consequência da Revolução :"É um pormenor dizer que tinha 47 anos e foi vitima da emoção democrática que rodeou os últimos acontecimentos no nosso país"-Pedro Oom partiu com o coração pleno de certeza num Portugal melhor ...
E nós?? 33 anos depois ainda acreditamos no Portugal que Abril futurou?
"Dentro de mim
há uma planta
que cresce alegremente
que diz bom dia
quando nos amamos
ao entardecer
e boa noite
quando florimos
à alvorada
uma árvore
que não está com o tempo
este tempo
a que chamamos
nosso."
Pedro Oom
24/04/07
Da estupidez humana
"Não é infiel quem quer.
É infiel quem pode."
Margarida Rebelo Pinto(escritora)- ao Semanário"Sol"
É infiel quem pode."
Margarida Rebelo Pinto(escritora)- ao Semanário"Sol"
21/04/07
Sonho que sou a poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!...
Vaidade- Florbela Espanca
(pintura)-Marta Bernardes
20/04/07
Quem agora chora em algum lugar do mundo,
Sem razão chora no mundo,
Chora por mim.
Quem agora ri em algum lugar na noite,
Sem razão ri dentro da noite,
Ri-se de mim.
Quem agora caminha em algum lugar no mundo,
Sem razão caminha no mundo,
Vem a mim.
Quem agora morre em algum lugar no mundo,
Sem razão morre no mundo,
Olha para mim.
Rainer Maria Rilke
Sem razão chora no mundo,
Chora por mim.
Quem agora ri em algum lugar na noite,
Sem razão ri dentro da noite,
Ri-se de mim.
Quem agora caminha em algum lugar no mundo,
Sem razão caminha no mundo,
Vem a mim.
Quem agora morre em algum lugar no mundo,
Sem razão morre no mundo,
Olha para mim.
Rainer Maria Rilke
18/04/07
Pura actualidade
o pequeno filho-da-puta
é sempre
um pequeno filho-da-puta;
mas não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não tenha
a sua própria
grandeza
diz o pequeno filho-da-puta
no entanto, há
filhos-da-puta
que nascem grandes
e
filhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos palmos,
diz ainda
o pequeno filho-da-puta.
o pequeno
filho-da-puta
tem uma pequena
visão das coisas
e
mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o pequeno filho-da-puta
no entanto,
o pequeno filho-da-puta
tem orgulho em
ser
o pequeno filho-da-puta
todos
os grandes filhos-da-puta
são reproduções em
ponto pequeno
do pequeno filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
dentro do
pequeno filho-da-puta
estão em idéia
todos os
grandes filhos-da-puta
diz o pequeno filho-da-puta.
tudo o que é mau
para o pequeno
é mau
para o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
o pequeno filho-da-puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o pequeno filho-da-puta.
é o pequeno
filho-da-puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
o pequeno filho-da-puta vê
o engrandecimento
do grande filho-da-puta:
o pequeno filho-da-puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja, o pequeno filho-da-puta.
Alberto Pimenta in "discurso sobre o filho-da-puta"
16/04/07
São graves
Limpidamente graves
Os sons do teu sussurro
São leves e ternos
Os beijos do vento
que te fareja a pele
ou será o odor ocre
da tua alma encoberta
tentadora de um beijo?
Só um beijo, um sublime toque
de desejo ou de amor
o abismo épico da impossibilidade
é a mãe de todos os sentidos!
a sensação inabalavelmente incerta
de que te vou amar
uma noite, só uma noite
é um gesto ténue de puro amor
e não apenas desejo.
Limpidamente graves
Os sons do teu sussurro
São leves e ternos
Os beijos do vento
que te fareja a pele
ou será o odor ocre
da tua alma encoberta
tentadora de um beijo?
Só um beijo, um sublime toque
de desejo ou de amor
o abismo épico da impossibilidade
é a mãe de todos os sentidos!
a sensação inabalavelmente incerta
de que te vou amar
uma noite, só uma noite
é um gesto ténue de puro amor
e não apenas desejo.
Mil novecentos e sessenta e poucos..Mês Fevereiro.
Ano: Comum. Dia 15.
Hora?Não tenho memória se alguma vez se comentou, a não ser que a parteira mo tenha dito alguma vez!
Isto consta no meu registo e eu aprendi a considerar como minha data de nascimento.
Nascimento..recordações?Nenhumas!..ou não?
Talvez de histórias ouvidas e reouvidas sobre o meu pai que não parava em casa, de que eu era muito lindinha e da frase repetitiva da minha mãe " deu muito trabalho"...e iria dar muito mais quando crescesse!
Nesse ano, em Fevereiro, choveu desmesuradamente.Não fui programada, o meu irmão esse sim!
Um bébé lindo, 5 kg, calvo, olhos de cor do céu em dia de chuva, calmo como um anjo, rapaz, primeiro filho e presente visceralmente no casamento de meu pai com minha mãe!
Que linda história de amor se poderia escrever, se esta realidade contada fosse real!
Texto "roubado " a Fevereiro Ano Comum ( projecto em construção)
14/04/07
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos
E por vezes encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
13/04/07
11/04/07
10/04/07
Metacriação- A força do Desejo
É inquietante pensar que andam pelo mundo criaturas às vezes ignoradas mas que têm um poder enorme sobre as outras e, sem saber, conduzem os acontecimentos mais devastadores da humanidade: as suas guerras, as suas convulsões que produzem a alteração do mapa da Terra.
Não são pessoas mais em evidência, os chefes de qualquer estado e os condutores dos povos, os profetas, os filósofos, que contribuem para as grandes mudanças. É essa pessoa anónima, que se introduz como um vírus no labirinto das relações pautadas pelas leis e pelos costumes, quem decide, quem executa, quem delibera quase só pela escura matéria que é a força do desejo.
Agustina Bessa-Luís "Doidos e Amantes"
Não são pessoas mais em evidência, os chefes de qualquer estado e os condutores dos povos, os profetas, os filósofos, que contribuem para as grandes mudanças. É essa pessoa anónima, que se introduz como um vírus no labirinto das relações pautadas pelas leis e pelos costumes, quem decide, quem executa, quem delibera quase só pela escura matéria que é a força do desejo.
Agustina Bessa-Luís "Doidos e Amantes"
09/04/07
Páscoa é sempre sinónimo de Libertação e Regozijo.
Deixemos as amendoas, os coelhinhos, o pão de ló, as mesas fartas e as muito menos fartas, o compasso tipicamente nortenho e o beija cruz de caractér higiénico duvidoso, deixemos de lado todo o empório comercial à volta desta data, deixemos mesmo o valor intrínseco da morte de Jesus Cristo e a sua resurreição!
Pensemos apenas que Páscoa vem do judaico e celebra o resgate de um povo, a libertação e a regeneração da humanidade.
Só por isto vale a pena Saudar esta época, festejada no equinócio da Primavera .
Um apelo à ALEGRIA!
Deixemos as amendoas, os coelhinhos, o pão de ló, as mesas fartas e as muito menos fartas, o compasso tipicamente nortenho e o beija cruz de caractér higiénico duvidoso, deixemos de lado todo o empório comercial à volta desta data, deixemos mesmo o valor intrínseco da morte de Jesus Cristo e a sua resurreição!
Pensemos apenas que Páscoa vem do judaico e celebra o resgate de um povo, a libertação e a regeneração da humanidade.
Só por isto vale a pena Saudar esta época, festejada no equinócio da Primavera .
Um apelo à ALEGRIA!
07/04/07
Dedicatória a Lindos Meninos de Coimbra
Era uma vez um coelhinho , muito tristinho pois ainda não havia encontrado o seu ovo de Páscoa, e já ouvia a excitação infantil de o encontrar( a ele e aos seus ovitos).
Correu mundo a questionar todos os outros coelhos, as galinhas, as patas e todos os seres vivos que ele julvaga poderem dar ovos.Ninguém lhe sabia explicar porque é que , só ele, não tinha ovos para pôr durante a Páscoa.
Foi então, ao consultar um livro sobre a elegia da Primavera e ao lê-lo com muita atenção que descobriu: o problema não era ele nem dele, pobre coelhinho!!
Os coelhinhos lindos como ele eram apenas um símbolo de fertilidade dada a sua ,natural, capacidade de muito procriar e os ovos , ah! esses eram mesmo das galinha que se ofereciam entre amigos e famílias. e que sendo uma raridade gastronómica, eram escondidos em luras e/ou noutros habitats de animais sociávies. Mas tudo em nome da futura prosperidade da terra.
Mas e os ovos de chocolate?? Pura invenção mercantilista de pasteleiros franceses que assim criaram uma fábula quase tão "certa" como a do Pai Natal e os seus presentes.
E o coelhinho percebeu que se deveria sentir muito feliz...conseguia com uma história deturpada fazer rir, sorrir e até trazer alguma felicidade , especialmente à crianças.
Eu ,na minha opinião, acho o coelhinho da Páscoa um sério concorrente do Pai Natal.
06/04/07
03/04/07
SÉC. XXI
O tráfico humano traduz-se em lucros de cinco a sete milhões de dólares por ano.
O comércio de mulheres está em plena expansão.A novidade reside no discurso que visa camuflar esta realidade-a exploração sexual.
Falar de "trabalhadora do sexo" é aceitar a ideia que o sexo das mulheres é um produto comercializável!
d'O Livro Negro da Condição das Mulheres
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