21/04/07


Sonho que sou a poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!...

Vaidade- Florbela Espanca

(pintura)-Marta Bernardes

4 comentários:

PAH, nã sei! disse...

Belo e como "carapuça" com a minha medida!!

Sonhos... sonhos... sonhos... acordamos e puft!!!

Enfim... deve ser do dia... a tristeza de ver que, ao fim de 35 anos, ainda pouco construí...

(a pintura bem que poderia ser um retato meu... gata preta ao colo e tudo)

Helena Velho disse...

Caríssima Pahzinha!

Aos 35 anos ainda pouco construiu..claro que ainda não construiu tudo..senão o que vai fazer nos restantes 50 anos(a média de vida para as mulheres europeias é > a 80 anos!)...???
E não é só sua a "carapuça"...escolhi este poema porque , apesar de já contar com mais alguns anitos, também AINDA pouco construí.(mas pouco é muitíssimo mais do que NADA!!!)

Anónimo disse...

Sonhar :)

o sonho

é a materia com que fazemos os nossos dias,

e construimos tantos sonhos, não é?

Adorei saber que ainda tenho quase 50 anos de vida para fazer tudo o que quero, não vale deveras a pena andar para aí a correr.

Sorrisos

jorge esteves disse...

'Eu queria mais altas as estrelas,
mais largo o espaço, o Sol mais criador,
mais refulgente a Lua, o mar maior,
mais cavadas as ondas e mais belas;

mais amplas, mais rasgadas as janelas
das almas, mais rosais a abrir em flor,
mais montanhas, mais asas de condor,
mais sangue sobre as cruz das caravelas!

E abrir os braços e viver a vida:
- quanto mais funda e lúgubre a descida,
mais alta é a ladeira que não cansa!

E, acabada a tarefa... em paz, contente,
um dia adormecer, serenamente,
como dorme no berço uma criança!

...da mesma FLORBELA, publicado em 'Charneca em Flor', em 1931.


Abraços!


passearam no meu país...

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