...ismo(s)

...sobre o Holocausto

"Quem nunca esteve num campo de concentração, tem geralmente
uma ideia errada do que lá se passou e chega ,às vezes, ao absurdo
de o imaginar não tão mau, retocando-o com traços de um sentimentalismo revoltante."

Viktor Frankl-prisioneiro nº 119 104

Isto , dizem alguns beleuchtet, não existiu...

...um instante

A verdadeira mão que o poeta estende
não tem dedos:
é um gesto que se perde
no próprio acto de dar-se

O poeta desaparece
na verdade da sua ausência
dissolve-se no biombo da escrita

O poema é
a única
a verdadeira mão que o poeta estende

E quando o poema é bom
não te aperta a mão:
aperta-te a garganta


Ana Hatherly in O Pavão Negro, 2003


desenho de Antonio Saura

... בראשית

Kipling conta como Adão, acolhendo-se à sombra da Árvore do Paraíso, pegou num ramo e desenhou «o primeiro desenho que alguém alguma vez pôde ver»; e ficou assim, deslumbrado com a sua destreza, até que, de entre os arbustos que circundavam a clareira, se ouviu a voz do Demónio: «É bonito. Mas será Arte?»





António Mega Ferreira in "O que há-de voltar a passar"

...vêem como eu tenho razão?

Optimismo, descontração e umas festarolas
é o que é!!!

...assim se faz História

e hoje começa a odisseia de Obama.
44º Presidente dos EUA!

...já nada é como era

"Ainda sabemos cantar,
só a nossa voz é que mudou:
somos agora mais lentos,
mais amargos,
e um novo gesto é igual ao que passou.

Um verso já não é a maravilha,
um corpo já não é a plenitude"*



Eugénio de Andrade


*com especial dedicatória

...a memória dos não humanos

tens memória de elefante!

...the mean of

“Being tolerant does not mean that I share another one’s belief.
But it does mean that I acknowledge another one’s right to believe, and obey, his own conscience.”



Viktor Frankl

...passar a mensagem

não custa nada, Maria João !



p.s-IsA aqui está a oportunidade que pedias aos deuses...

...coisas simples

"quem deixou sobre o coração
um feixe de luz
não cega nunca"


valter hugo mãe in "folclore íntimo"-Cosmorama Edições


pintura de António Saura

... oralidade(s)

...e passo a escrever o que ouvi há momentos.
Autor? Não se lembra...
Ouviu, em tempos, na voz sem par de Mário Viegas.
Mas que interessa o autor se o conteúdo é tão revelador?









"Vieram os opressores e disseram:
-Nós temos Razão!
Vieram os oprimidos e disseram:
-Nós temos Razão!

Vieram os vencedores e disseram:
-Nós temos Razão!
Vieram os vencidos e disseram:
-Nós temos Razão!

Caídos no chão, os mortos esquecidos
ignoram a razão do seu silêncio!"

...da Guerra e do Horror!

Não há guerras justificáveis.
Não há fins que justifiquem os meios.
Há horrores que devemos repudiar!

...

"Devagar, meu amor, se for preciso,
cobrirei este chão
de estrelas mais brilhantes
que a mais constelação,
para que as mãos depois sejam tão
brandas
como as desta tarde

Na memória mais funda guardarei
em pequenas gavetas
palavras e olhares, se for preciso:
tão minúsculos centros
de cheiros e sabores

Só não trarei o resto
da ternura em resto desta tarde,
que nem nos foi preciso:
no fundo do amor, tenho-a comigo:
quando a quiseres "

Ana Luísa Amaral in "Imagias"

...e assim se faz Portugal!

... uma música ao fim do dia

...uma pequenina acha para a fogueira de um pseudo debate científico

“Em vez da eternidade, temos a história; em vez do determinismo, a imprevisibilidade; em vez do mecanismo, a interpenetração, a espontaneidade e a auto-organização; em vez da reversibilidade, a irreversibilidade e a evolução; em vez da ordem, a desordem; em vez da necessidade, a criatividade e o acidente.”

Boaventura Sousa Santos
A ciência, a objectividade, o racionalismo, a verdade absoluta...ah! malditos cientistas sociais, filósofos, pintores, escritores e cidadãos comuns!

...ser português

PARÁBOLA DA PEQUENEZ ou como entendo bem o Jorge C.



uma vez um portuguez à vez
tinha medo de ser alegre
e um portuguez de vez
vergonha de ser diferente

ambos tinham inveja
de um terceiro portuguez
que era burguez

ora o facto levou o primeiro
portuguez à loucura
e o segundo à estupidez

ao saber disto um quarto
portuguez que ia a passar
mandou dizer que se sentia
imensamente feliz


Joaquim Castro Caldas