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“Em vez da eternidade, temos a história; em vez do determinismo, a imprevisibilidade; em vez do mecanismo, a interpenetração, a espontaneidade e a auto-organização; em vez da reversibilidade, a irreversibilidade e a evolução; em vez da ordem, a desordem; em vez da necessidade, a criatividade e o acidente.”
Boaventura Sousa Santos
A ciência, a objectividade, o racionalismo, a verdade absoluta...ah! malditos cientistas sociais, filósofos, pintores, escritores e cidadãos comuns!
2 comentários:
O engraçado é que quem estabelece o divórcio entre as ciências naturais e as ciências sociais (eu prefiro o conceito de Humanidades) são os cientistas e não o contrário. O motivo parece-me simples: as humanidades foram sempre um entrave à imprudência da ciência. A ciência, usada de forma imprudente pode ser um problema grave (a bomba atómica, por exemplo) . As humanidades vêm conferir-lhe a moral e a ética que lhe falta tendo em conta as circunstâncias da época.
A única guerra que pode existir tem, para mim, que ver com o facto de os cientistas se sentirem inferiorizados culturalmente pelas gentes das ciências sociais, e estes outros se sentirem inferiorizados no sentido científico. Ora, isto não passa de vaidade, e alguém cujo trabalho é basicamente tentar um mundo melhor não pode ter essas vaidades e tem de tentar compreender o outro.
Claro que eles discutem isto cheios de links e citações como se adiantasse de alguma coisa. Aquilo no fundo é uma infantilidade ridícula. Parece que há uma necessidade de afirmação que não tem fim. Tudo em nome do Saber, claro.
_____ em vez do vento só olhamos as falésias__________________
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