31/05/09
30/05/09
em época de estio, também a Poesia
Nada a fazer amor, eu sou do bando
Impermanente das aves friorentas;
E nos galhos dos anos desbotando
Já as folhas me ofuscam macilentas;
E vou com as andorinhas. Até quando?
À vida breve não perguntes: cruentas
Rugas me humilham. Não mais em estilo brando
Ave estroina serei em mãos sedentas.
Pensa-me eterna que o eterno gera
Quem na amada o conjura. Além, mais alto,
Em ileso beiral, aí espera:
Andorinha indemne ao sobressalto
Do tempo, núncia de perene primavera.
Confia. Eu sou romântica. Não falto.
Natália Correia
pintura de Tamara de Lempicka
26/05/09
...um post que é um não post
Gostava de elucubrar sobre inúmeros assuntos em diversos tempos.
Mas não tenho tempo!
Mas não tenho tempo!
24/05/09
...da Construção em poema
"Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado"
Chico Buarque
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado"
Chico Buarque
23/05/09
that's quite a provocation ou apetece-me brincar com a normatividade!
gentilmente roubado ao Jugular(Ana Matos Pires).
21/05/09
19/05/09
17/05/09
...se bem me lembro*
A Joana lançou o desafio e eu, muito afoita, respondi na caixa de comentários do Entre as brumas da Memória.
Enfim...
Então cá vão as 15 séries que recordo com algum carinho, saudade ou qualquer outra coisa:
Os pequenos Vagabundos(lindo)
A Pipi das meias altas(suspiro)
Olho vivo( o que me ria com o meu pai por causa do telefone no sapato!)
O Casarão( a 1ªtelenovela que vi conscientemente e me "revelou" a maravilhosa voz de Elis Regina)
Ficheiros Secretos( às 5ª feiras nem jantava c/ a excitação , eh,eh!)
Os Marretas( ai como eu adorava aquele visgoso e verdusco Cocas, e o cozinheiro sueco, um amor)
Sete palmos de terra( há alguém que tenha visto que não recorde?)
Começar de novo( uma lição sobre educação)
Ally Macbeal( delirio total)
ER(serviço de urgência)
O Tal Canal do Herman( o diário de Marilú :) )
Sherlock Holmes
Mr. Poirot
Saving Grace
Zarabadim, pózinhos de perlim-pim-pim
e ainda ficam muitas que outros/as me fizeram recordar.
Agora, se alguém se sentir entusiasmado, faça o mesmo e repasse a ideia pelo menos a 5 bloggers, tweeteiros ou amigos/as.
* (bis)roubado à Joana Lopes e WOAB.
16/05/09
15/05/09
...uma iniciativa Maravilhosa
Já todos/as vimos e apreciamos um cão ou cadela guia.
Sim, esses seres maravilhosos que ajudam outros seres tão maravilhosos que estão privados de um dos seus sentidos:a visão.
Pois, mas sabem que um cão/cadela-guia demora cerca de 2 anos a treinar, que há um número infímo de pessoas e escolas, em Portugal, habilitadas a fazê-lo? E que há inúmeras pessoas que sonham e precisam ter um? E que são gratuitos, mas podem deixar de o ser porque nunca há dinheiro(haver há, mas quem o distribue "engana-se" ao distribui-lo!)? E conseguem perceber a importância que é, para uma pessoa portadora desta deficiência, ter um/a companheiro/a que seja os seus olhos?
Pois, vamos apoiar uma campanha?
"Os meus olhos têm quatro patas!"
Faça do Poppy uma causa sua!
14/05/09
e há dias maus que acabam por ser bons!
Fiquei desolada quando a Isabela, com toda a razão, decidiu fechar um Mundo Perfeito, na blogoesfera.
Hoje, alegro-me e saúdo a Isabela porque criou um Novo Mundo!
Seja(re) bemvinda!
* foi a WOAB que, qual passarinho, me sussurou a boa nova!
Hoje, alegro-me e saúdo a Isabela porque criou um Novo Mundo!
Seja(re) bemvinda!
* foi a WOAB que, qual passarinho, me sussurou a boa nova!
...momentos de glória( vã, mas ainda assim glória) ou o tipo passou-se!
Então não é que ainda há pessoas, inteligentes neste caso, que se dão ao trabalho de eleger o meu micro, pseudo, um dizem que espécie de, blog?
Ai, não sei se o meu coração aguenta.
Vejam lá bem o galardão.
É de arrepiar!
13/05/09
...poeta(r)
As mãos pressentem...
As mãos pressentem a leveza rubra do lume
repetem gestos semelhantes a corolas de flores
voos de pássaro ferido no marulho da alba
ou ficam assim azuis
queimadas pela secular idade desta luz
encalhada como um barco nos confins do olhar
ergues de novo as cansadas e sábias mãos
tocas o vazio de muitos dias sem desejo e
o amargor húmido das noites e tanta ignorância
tanto ouro sonhado sobre a pele tanta treva
quase nada
Al Berto
10/05/09
09/05/09
...poetas e poesia(s)
"Classicamente durmo desesperado:
não durmo: perco-me no sono acordado,
sem ar sufoco no cansaço, acordado.
Durmo sem sono, o sono desesperado
Sonho e não durmo, acordo e não sonho,
ao acordar durmo, ao sonhar esqueço.
Esqueço o sono e dorme o sono que mereço.
Não durmo: sonho o sono que me sonho.
Vivo sem acordar. Não durmo, adormeço
o sonho, o sono, dormindo sem sonho
o sonho que me adormece acordado.
Por fim morro sonhando com o sono,
vou morrendo, dormindo, vidrado,
sem saber do sono, o meu sonho:
o sonho que sempre tive acordado."
Luís Filipe Sarmento, in “Tinturas Alquímicas” 1995.
não durmo: perco-me no sono acordado,
sem ar sufoco no cansaço, acordado.
Durmo sem sono, o sono desesperado
Sonho e não durmo, acordo e não sonho,
ao acordar durmo, ao sonhar esqueço.
Esqueço o sono e dorme o sono que mereço.
Não durmo: sonho o sono que me sonho.
Vivo sem acordar. Não durmo, adormeço
o sonho, o sono, dormindo sem sonho
o sonho que me adormece acordado.
Por fim morro sonhando com o sono,
vou morrendo, dormindo, vidrado,
sem saber do sono, o meu sonho:
o sonho que sempre tive acordado."
Luís Filipe Sarmento, in “Tinturas Alquímicas” 1995.
07/05/09
...isto é amor
Casa azul, escola de enterro.
Despedi-me do sempre
de manhã
Em Julho
Tempestade escarlate de Verão
A dormir o sonho de não haver aurora
forçando a casa a abrir-se ao luzidio desenho da faca
A porta pequena, contra o centro da terra,
e eu entrando ou saindo a rasar o não,
Minha mãe arquitectura de dores guarda ainda
no lugar do colo um sorriso de cinzas, um domingo.
Eu tantas vezes enferma,
entranhas de maré cheia
Meu sangue fervura de morte,
doente da doença de sorver
Farei em breve uma greve de boca.
Marta Bernardes
Despedi-me do sempre
de manhã
Em Julho
Tempestade escarlate de Verão
A dormir o sonho de não haver aurora
forçando a casa a abrir-se ao luzidio desenho da faca
A porta pequena, contra o centro da terra,
e eu entrando ou saindo a rasar o não,
Minha mãe arquitectura de dores guarda ainda
no lugar do colo um sorriso de cinzas, um domingo.
Eu tantas vezes enferma,
entranhas de maré cheia
Meu sangue fervura de morte,
doente da doença de sorver
Farei em breve uma greve de boca.
Marta Bernardes
05/05/09
dos contributos da rtp para o meu sucesso maternal
Tremias sempre que o palhaço se despedia e agarravas-me a mão.
Mas, vias vezes sem conta, e sabias de cor as conversas do sr.Livro, da Galinha, da bailarina , do João e da Joana e as cassetes enormes VHS?
Acho que foi ontem que me chamaste: "anda pá qui, vem ver comigo.Senta, senta"
03/05/09
...não há Dia da Mãe. Há Mães e todos os dias. E nem sempre!
No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe.
Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.
Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me?
-Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;
Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;
Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...
Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.
Boa noite.
Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade
Eu sei que te traí, mãe.
Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.
Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me?
-Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;
Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;
Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...
Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.
Boa noite.
Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade
01/05/09
...das capas negras ao impúdico sexismo
A não deixar de ler!
Porque continuam a ser discriminadas num complexo remoínho
que apelidam de "igualdade"(?), pois estão em maioria nos bancos das
faculdades.
Mas não estão de forma equalitária nos órgãos de e do Poder!
Mudam-se os Tempos...
Porque hoje é 1º de Maio e a mudança não se deu em pleno!
Hoje, muitos/muitas não têm trabalho, nem salários, nem confiança, nem vêem a mudança que Abril prometeu.
Mas se todos trocarmos as voltas ao Mundo, talvez o Mundo se torne num lugar mais limpído, equalitário, menos injusto.
Vale a pena tentar!
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