06/03/07
CONTOS TRADICIONAIS-O POVO SEMPRE SOUBE
"Em tempos que já lá vão um lavrador mandou ensinar a ler os cinco filhos que tinha; e depois de se acharem prontos para as lidas da vida, tratou de saber que carreira pretendiam seguir.
Falou o mais velho:
- Eu cá só queria mandar e fazer andar gente às minhas ordens.
- Pois bem, vais sentar praça para chegares a comandante e mandares na tropa.
- E eu desejo aprender como é que se esfola gente.
- Bem te entendo, queres ir formar-te em Direito, serás advogado, tratando de demandas, aconselhando os teus constituintes.
- Para mim, o que me servia era saber como se pode matar gente sem crime.
- Vais estudar para médico, já que é essa a tua vocação.
E olhando para o quarto filho, que estava com um sorriso alvar, perguntou-lhe
- Dize lá a profissão que te agrada mais, para assim te encaminhar.
- Ah, Pai! o que eu queria mesmo era ter arte de comer bem e cantar de papo, sem fadigas de trabalho.
- Estás bom para bispo, darás um com excelência.
O quinto filho já estava impaciente, e antes de ouvir a pergunta, disse deliberadamente:
- A mim, mande-me para uma profissão que seja muito rendosa.
- Muito rendosa? Explica-te melhor, meu filho.
- Que ajunte muitos bens, mentindo sempre.
- Compreendo o que tu queres.Serás um grande...."*****
Retirado dos Contos Tradicionais do Povo Português de Teófilo Braga
*****-Fica ao seu critério a profissão escolhida para este 5º filho
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5 comentários:
Olá, Maria.
O pai podia não ser grande coisa. Mas que 5 ele tinha! Qual deles o melhor, Maria? Está boa! Mas atenção! A sociedade actual é isso mesmo. Quem não se desenrasca, (...). Já é a própria sobrevivência que anda no jogo, na roleta. Por isso, não estou a ver a nossa juventude, mesmo a mais honrada, a não ter de se meter no calvário do facilitismo. Quanto ao que falas na minha postagem, eu sempre adorei praticar as "virtudes" que tu achas eu ter. Mas eu sou oriundo de uma família muito pobre. Muito jovem, criança ainda, eu tive de ir trabalhar, embora eu tenha acabado a minha actividade, me aposentasse, como professor Universitário, foram anos de muita luta. Depois, este depois é que nunca me deixou andar nas (colunas) foi eu nunca desejar nem aceitar amizades influenciáveis. Sempre vivi afastado, dentro dos possíveis, claro, da corrupção. Por isso, tentei ser sempre um marginal. Tenho publicado alguma coisa, nomeadamente, no Senegal e na Gâmbia e, alguma coisa, mas pouco, aqui em portugal. Mas como não quero viver naqueles meios, aqui, muitas Editoras já me têm proposto publicações de trabalhos meus, mas eu quase que teria que as pagar do meu bolso. Por isso, limito-me a participar em algumas colectâneas da Editorial Minerva e a dar alguns trabalhos para a América e quase toda a América Latina. Não sei se percebeste quando eu digo "naqueles meios". Pois refiro-me a meios mercantilistas, funcionários de televisões, escritores que compram as publicações às editoras para estas as porem no mercado. Muita coisa, tu sabes.
Aparece, pois eu de quando em vez, raramente, claro, vou dar uma aula em substituição de um amigo meu que necessita de meter dispensa. Por isso, grande parte da minha vida é passada aí no Porto.
Abraços.
LOL
Gostei e há para aí tanta profissão...
mas em tudo resume-se a mau profissional.
gostei muito
beijo doce
Ao David
Concordo com quase tudo o que tu(posso tratá-lo assim?) dizes mas, permite-me uma ressalva:
Não temos de nos "prostituir" para sermos o que somos e queremos ser!!
Combater o sistema pode se uma boa forma de auto-afirmação, mas corromper o sistema , minando-o com as palavras, com a música, com o amor..isso sim é ser de fora "dos meios".
Trabalhar cedo, vida dificil, ser mal compreendido quem não pode , pelo menos uma delas, dizer que não passou por isso?
Mas, e há sempre um mas, a vida é feita pelos opositores inteligentes.
Continua e diz-me, se puderes, o que já escreveste-sou uma literantropofaga.
Quanto às aulas: São de quê? QWual o teu ramo científico??
Fiquei irrequita pois adoro o ambiente universitário de bons profs. e conhecimento verbalizado.
Um xi
Passo para te ler...gostei do que li...continua...escrever faz bem á alma, torna-a mais doce, as palavras são como notas musicais que deslizam de nós e para nós, e os outros podem sempre sentir esse compasso, ao ouvir, ao ler...agora parto...volto para o mar, onde misturo o turbilhão das minhas emoções...até que se diluam...
Fica bem!
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