"foi o meu pai que me ensinou a escrever: meu pai ensinou-me a escrever.
primeiro apenas algumas letras simples, esquemas quase geométricos, soltos mas que assim sozinhos eram já expressão possível .pelo menos para mim que perguntava muitas vezes é?
o meu pai ensinou-me a escrever. a maior parte das vezes para que pudesse assinar os desenhos e as colagens e as pinturas e os recortes, para que não tivesse outro que o fazer ou para que não fosse alguém levá-los, usurpá-los, confundi-los copiá-los ou simplesmente perderem-se e nunca mais se acharem.
e, penso, por razões sobretudo de sobrevivência dos documentos de mim, o meu Pai me ensinou a escrever.
primeiro apenas algumas letras simples, esquemas quase geométricos, soltos mas que assim sozinhos eram já expressão possível .pelo menos para mim que perguntava muitas vezes é?
o meu pai ensinou-me a escrever. a maior parte das vezes para que pudesse assinar os desenhos e as colagens e as pinturas e os recortes, para que não tivesse outro que o fazer ou para que não fosse alguém levá-los, usurpá-los, confundi-los copiá-los ou simplesmente perderem-se e nunca mais se acharem.
e, penso, por razões sobretudo de sobrevivência dos documentos de mim, o meu Pai me ensinou a escrever.
primeiro o meu nome. o meu primeiro nome. em letra maiúscula e de imprensa, em folhas brancas, sem linhas, nos espaços desocupados pelas imagens.
depois aprendi os números.
depois aprendi os números.
mais tarde vi -o e já não pudemos escrever, nem rir , nem sonhar . vi-o Morrer!"
Adpatação livre de um texto do livro "poemas ôcos e outracidades" de Marta Bernardes
1 comentário:
Limpámos um bocadinho de um rio, para darmos o exemplo.
Temos lá a reportagem.
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