15/03/07

HÁ META E DIÁLOGO NO AMOR?



No nosso mundo o amor tem um estatuto, pelo menos, bizarro.

Por um lado, repetimos até à exaustão que a vida não se pode focar no trabalho, nas tarefas que se devem e têm de ter, nas actividades que deixam de lado uma certa qualidade de investimento afectivo, em que o sensual e o sexual de entrecruzam e proporcionam uma qualidade de tensão emocional a que denominamos de paixão,enamoramento ou até romance.


Ou seja, parece que defendemos que, para lá de todos os vínculos, que também designamos de amorosos. e que nos ligam a pessoas tão significativas como os nossos pais, os nosos filhos e até com os nossos amigos, temos então, de ter relaçoes electivas e privilegiadas em que a dimensão do ser humano, homem ou mulher tenha espaço de expressão e de confirmação.


No entanto todas as histórias que nos vão surgindo,de pessoas que vamos conhecendo todos os dias, temos tendencia a achar as mesmas apatetadas e piegas, amores desencontrados,encontros fortuitos, desencontros planeados...e ficamos sem jeito quando os nossos amigos, já com cabelos brancos e vestindo fatos cinzentos impecáveis, e as amigas sempre bem penteadas, de unhas de gel e odores fortes da casa dior, se desfazem em lágrimas, à mesa do restaurante, porque o seu amado se foi, partiu, desapareceu.Mas a coisa não melhora nada se os de média-idade se substituirem por jovens-menos vividos mas, com as identicas crises de ansiedade e a convicção de que a vida e o mundo deve estar a desfazer-se pois perderam o seu amor.Se, no entanto, as relações decorrerem calmas, sem soluços, convulsões nem aflições, tendemos a pensar no hábito, no utilitarismo e no conformismo, como se o bem estar consecutivo tivesse qualquer coisa de teatral.
Feitas bem as contas, ficamos sem saber o estatuto que deve ter o amor, o lugar que é suposto ocupar nas nossas vida, as modalidades expressivas em que são supostas de ocupar as nossas vidas para não cairmos no ridiculo de fazermos figuras de pinga-amores ou pelo contrário, de chatérrimos insensíveis e desinteressados...

"Mas onde é que há lugar e tempo para falar de amor?"-questionou Carven


Eu respondo: Por favor não me digam que é necessário recorrer a poetas velhos e bloguistas novos...










3 comentários:

jorge esteves disse...

Bloguistas novos, apostaria que não, com certeza; poetas velhos, já não sei, não...
É que nestas coisas do Amor (e em tantas outras, 'tá bom de ver...) a meta está sempre um pouco mais além do diálogo, ou do tamanho da perna de cada um.
O 'Ter' já nem com lipoaspiração lá vai; o 'Ser', esse, coitado, está moribundo...
Há bytes a mais e filosofia a menos...

Abraços canhos!
(grato pelas suas palavras amigas)

Perola Granito disse...

e... quem escreve assim... :)

Anónimo disse...

O amor?
por TUDO o que disse me parece que o amor ocupa o lugar central :),
por muito que pensemos que não é el que nos move


passearam no meu país...

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